Por que as empresas brasileiras morrem
ÉPOCA NEGÓCIOS – JULHO 2013 – NÚMERO 77
Uma pesquisa feita com exclusividade para NEGÓCIOS mostra que as empresas brasileiras vivem em média apenas 35 anos. O que fa zer para que a sua tenha vida longa e próspera /
MA R CE LO CA B RA L
HÁ POUCO MAIS DE CEM anos, no início do século passado, a expectativa de vida dos brasileiros era de meros 33 anos. A média era puxada para baixo tanto por uma avassaladora mortalidade infantil como também por uma gama de doenças que atacavam em todas as idades e p ara as quais não havia tratamento: febre amarela, tuberculose e até lepra. Na zona rural, onde residia a maior parte da população, a expectati va de vida era ainda mais baixa: em torno dos 31 anos, similar à da Europa Medieval, ali pelo ano de 1300. Foi só a partir da qu arta década do século 20 que o cenário começou a mudar. Uma série de fatores - a urbanização e as políticas de saneamento, a descoberta dos antibióticos e a criação de um sistema de saúde pública fez a expectativa de vida crescer por volta de cinco anos por década. Hoje, estamos na média de 73,8 anos.
O mundo corporativo tem uma extraordinária semelhança com esse quadro. Ou melhor, com a primeira parte dele. Uma pesquisa do Instituto
Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), feita com exclusividade para NEGÓCIOS, revela que as empresas costumam se extinguir com 34,7 anos.
E uma marca ainda pior que a das pessoas físicas de cem anos atrás, porque exclui a mortalidade infantil: o levantamento do I BPT relacionou apenas as companhias com faturamento acima de R$ 48 milhões por ano. Este universo de 172 mil empresas representa 2% dos 8,6 milhões de empresas do
Brasil - levando em conta filiais, ONGs, órgãos públicos e igrejas, são 12,9 milhões de empreendimentos. As empresas de peque no porte distorceriam o quadro, porque cerca de seis em cada dez morrem antes de completar cinco anos (uma estatística similar no mundo inteiro).
Não seria o caso de