Por Causa Dessa Discrep Ncia Que
Outros podiam até ser maiores; mas o nosso devia ser melhor.
Ele parece mais avantajado do que o "necessário" para dar conta das funções do corpo. O que significa que sobra córtex cerebral para funções cognitivas, e não meramente vegetativas.
A lógica por trás desse argumento da encefalização máxima no ser humano é a de que o tamanho do cérebro geralmente acompanha o do corpo. Por isso, uma baleia que pesa várias dezenas de toneladas supostamente precisaria ter um cérebro maior do que o humano -mas que serviria apenas para dar conta do corpo, sem "restar" córtex cerebral para tarefas mais complexas.
A maior prova da suposta enorme encefalização do homem, no entanto, viria da comparação da nossa espécie com grandes primatas. Gorilas, por exemplo, chegam a ser duas a três vezes maiores do que humanos, do que se tira que o cérebro deles deveria ser maior do que o nosso -mas, ao contrário, o humano é que é três vezes maior do que o do grande macaco.
A necessidade energética também faz o cérebro humano parecer especial.
Embora represente apenas 2% do peso do corpo do homem, o órgão consome sozinho 25% de toda a energia usada por ele num dia: são cerca de 500 kcal de um total de 2.000 calorias diárias, simplesmente para manter o aparato mental funcionando. Em outros animais, em comparação, o custo relativo do cérebro chega a no máximo 8% do gasto energético total do organismo.
EXCEÇÃO
Esse era o consenso quando comecei a estudar cérebros de humanos e outros bichos: o nosso é especial, por ser maior do que "deveria ser" e custar muito mais energia do que aquilo que se esperaria para o seu tamanho. Mas essa unanimidade entrava em choque com minha formação em biologia, ciência que busca entender as regras que se aplicam à vida em geral. Por que as regras da