Pontões Capixabas
Em se tratando de preservação ambiental este foi um grande feito, porém o Governo não considerou as centenas de famílias moradoras da área que passou a ser pertencente ao Parque Nacional.
Não se discute aqui a não criação do Parque, visto que a preservação do local se faz necessária à preservação dos rochedos, nascentes, animais silvestres e remanescentes da Mata Atlântica que compõem a região. A principal questão é o fato de o Governo ter ignorado não só as famílias que ali habitam, mas toda cultura e tradição que estas trazem.
Os descendentes de pomeranos são um povo tímido e tranquilo, que migrou para o Espírito Santo na década de 1920, e aqui vive desde então, sem destruir o meio ambiente. Ao contrário, é um povo que ajudou a conservar o local, pois vivem em pequenas propriedades nas quais praticam a agricultura familiar. Ou seja, como sua tradição inclui passar a propriedade de geração em geração, não é interessante nem mesmo lógico para eles destruírem o local onde vivem. Dessa forma eles mantêm uma relação harmoniosa com a natureza podendo ser considerados como população tradicional.
Ao analisarmos tal fato pela perspectiva da Geografia Humanista, que concebe o lugar como espaço vivido, construído a partir da experiência de cada um, contribuindo dessa forma para determinar a identidade dos indivíduos e grupos, os quais acabam por criar laços afetivos com ele,