Ponette
Curso: Psicologia
Aluna: Carolina Ortiz
No presente trabalho iremos fazer uma breve análise sobre a elaboração do luto infantil através da utilização do filme Ponette de Jacques Doillon (1996), o filme acontece na França onde a personagem principal, Ponette, perde a mãe em um acidente de carro, após receber a notícia da morte , pelo pai, a menina passa por um breve período na casa da tia com seus dois primos e posteriormente fica na escola com os mesmos no período semanal, vendo o pai aos finais de semana.
No processo de luto a criança costuma sentir-se abandonada pela pessoa que morreu. Em função da grande idealização das figuras parentais, pode ser difícil para ela compreender que os pais sofreram algo independentemente de sua vontade. Apesar de encontrarmos muitos momentos em que Ponette demonstra o sentimento de culpa, lembrando primeiramente que os comportamentos emitidos pela menina estão sempre conectados às suas interações diárias com o ambiente e seus protagonistas, ele se torna evidente quando a mesma diz não ser uma boa filha e por esse motivo ter ocasionado a morte da mãe.
Ainda sobre esse ponto, quando o genitor objeto de rivalidade edipiana falece, a criança sente, mesmo que no seu inconsciente, que seus desejos são muito poderosos e que seus sentimentos de raiva são muito destrutivos, e daí sente-se culpada acabando por acreditar ter concretizado suas fantasias edipianas. Por esse motivo torna-se importante que a parte que não morreu, nesse caso o pai, deixe sempre claro para a criança que esta jamais ocupará o lugar vago daquele que morre, quando isso não fica evidente a criança poderá aumentar a culpa pelo objeto perdido e dificultar a elaboração do luto.
Pensamos que a experiência concreta de morte de um ou ambos os pais está relacionada à constituição das fantasias da criança, elas são como as formações imaginárias do individuo e irão representar a realização de desejos. Compreendemos também a