Políticas
Autor: Jefferson Dutra de Vargas (2008)
1) INTRODUÇÃO
Os problemas do sistema de saúde brasileiro estão presentes no nosso dia-a-dia, constatados por fatos amplamente conhecidos como as filas freqüentes nos serviços de saúde, a falta de leitos hospitalares para atender a demanda da população, a escassez de recursos financeiros, materiais e humanos para manter os serviços de saúde operando com eficácia e eficiência e denúncias de abusos cometidos pelos planos privados e pelos seguros de saúde.
Entre avanços e recuos, o entendimento do atual panorama de saúde no Brasil perpassa pelo conhecimento dos determinantes históricos envolvidos neste processo sempre influenciados pelo contexto político-social. Este texto tem por objetivo fazer uma revisão histórica das políticas de saúde pública no Brasil, para que possamos observar seu desenvolvimento ao longo dos anos, desde 1500, onde a prática se resumia aos pajés e boticários, até os dias atuais, fundamentado num complexo Sistema de Saúde.
2) DESENVOLVIMENTO
2.1 - DE 1500 ATÉ O PRIMEIRO REINADO
A assistência à saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma idéia, em 1789, havia no Rio de Janeiro, apenas quatro médicos (INDRIUNAS, 2008). A vinda da família real , em 1808, criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro (POLIGNANO, 2008).
As necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio MédicoCirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República (INDRIUNAS, 2008). Até