Políticas Educacionais e Sociedade
As políticas educacionais, até muito recentemente, eram políticas que expressavam uma ampla autonomia de decisão do Estado. Todavia, haja indicadores que apontam para uma crescente diminuição dessa autonomia, pois cada vez mais os conflitos entre classes sociais dominantes e classes menos abastadas vêm se acirrando e fazendo com que os interesses de uma minoria em ditar formas educacionais que reforcem a estrutura de desigualdade social sejam questionados e combatidos. Porém, continua a ser necessário fazer referência ao papel do Estado uma vez que este interfere de forma contundente nas relações sociais e educacionais do país.
A educação constitui um elemento facilitador importante nos processos de acumulação do capital, principalmente no quadro das políticas educacionais neoliberais e das reformas educativas, mas em um breve panorama histórico sobre a relação entre políticas educacionais e sociedade em nosso país verificamos que a estreita relação entre Estado, sociedade e educação visando adequar o sistema educacional ao processo de estruturação produtiva do Estado vem de muito antes do neoliberalismo.
Durante quase todo o século XIX o pensamento pedagógico brasileiro foi emoldurado conforme os pensamentos medievais que acentuava a educação em seus aspectos religiosos e impedia a racionalidade do homem para os aspectos sociais da época. Os jesuítas pregavam um ensino de caráter verbalista, livresco, retórico, repetitivo e memorístico que estimulava o aspecto competitivo e acentuava a descriminação e o preconceito, pois o método de educação jesuítica se dedicava à formação das elites coloniais e difundia nas classes populares pobres o pensamento religioso subserviente e dependente que dividia claramente a sociedade entre analfabetos pobres e letrados elitistas.
A fragmentação do ensino e o descaso pela educação popular predominaram até o final do império. A república prometia avançar com as questões educacionais, prova