Política
Na sociedade brasileira contemporânea, assuntos como corrupção e constante transgressão das leis já se tornaram comuns. Tal situação é alarmante, pois o próprio cidadão brasileiro já enxerga esse fato como um dado cultural, como se fosse normal burlar as normas. Assim, perpetua-se a mediocridade política e crítica de uma nação que gosta de se enxergar como o país do futuro, mas não percebe que, se não resolver questões problemáticas do passado, nunca alcançará esse amanhã glorioso. É preciso, antes de mais nada, discutirmos as origens dessa vergonhosa cultura de violação das regras para que, então, seja possível combatê-la.
Em primeiro lugar, é possível dizer que um dos principais fatores que permitem a perpetuação da transgressão das leis, no Brasil, é a cultura da impunidade. Casos graves de corrupção, desvio de verbas e tráfico de influências no governo federal estampam constantemente as capas de revistas e jornais. Na maioria das vezes, nada é feito para punir os criminosos. Assim, de alguma forma, as pessoas sabem que o Estado, além de permeável a corrupções, é ineficiente, e há quase a certeza de que nada irá acontecer ao infrator. É importante, ainda, mencionar que tal fato não se restringe somente aos políticos, pois o cidadão comum, que paga uma propina ao guarda de trânsito para este não multá-lo por estacionar em lugar proibido está, da mesma maneira, perpetuando a violação das leis e a idéia de que, no que diz respeito à justiça, nada funciona neste país.
É preciso, ainda, que o brasileiro abandone esse complexo de inferioridade que costuma acompanhá-lo, e enxergue que a transgressão das leis existe em quaisquer sociedades nas quais as necessidades individuais entrem em conflito com os interesses coletivos. A maior diferença é que, no Brasil, existe o agravante histórico e cultural. Nossas leis não refletem, necessariamente, os interesses de toda a população, pois são elaboradas pelas elites detentoras de poder. Isso é