Política
Clara Suassuna Fernandes suavoz@pop.com.br Até hoje tenho uma paixão muito grande em relação a história da Revolução de
1930 na Paraíba e muito mais, porque ela vem sendo cultuada por seu povo durante todo esse tempo, elegendo-a como o assunto mais interessante a ser estudado, portanto, isso explica um pouco porque venho pensando sobre o assunto e ter publicado alguns trabalhos em questão.
Tudo começou por uma questão familiar, mas especialmente do lado materno; meus tios e a minha mãe tiveram o pai morto durante a revolução de 1930, trazendo conseqüências marcantes à todos, com história de fugas, medos e incertezas, principalmente, por terem que se refugiar em terras distantes ( Rio Grande do Norte ou Paulista – PE ), sem recursos ou direitos a qualquer tipo de defesa. Sofreram represarias mesmo ao voltarem para o interior do estado, como todos os que estavam contra o governo oficial. Os perrepistas não tinham mais espaço político, o Partido Liberal era o representativo do governo naquele momento político e, as disputas estavam bem marcadas.
Esse tipo de análise faço agora, quando tenho uma maturidade profissional, enquanto a minha formação de historiadora e por vir estudando o tema a alguns anos. Mas essa maturidade, anteriormente citada, não estava presente na minha infância, quando a história da Revolução de 1930, no século passado, estava na memória como um momento heróico, onde a figura do meu avô fazia parte desse quadro. Logicamente, isso foi mudando e os questionamentos tomaram lugar à análise dos fatos inicialmente vistos como heróicos. A escolha profissional à História, deu o suporte para ver a Revolução com um outro olhar, como propõe o Philipe Ariès.
As coisas começaram a ficar mais claras quando fui a estudar mais a fundo o tema e percebi, através do depoimento de José Américo, que a Revolução se tornou uma temática de sobrevivência para os Paraibanos, como se