Política e Futebol
Terça-feira / 22 de Janeiro de 2008
Todo grande clássico no futebol vem acompanhado de histórias incríveis de amor e ódio entre seus oponentes. O Palmeiras é uma dissidência do Corinthians e as duas equipes já protagonizaram um duelo batizado de "a noite das barricadas", partida disputada na intenção de arrecadar donativos para o São Paulo não fechar suas portas, já que o clube tricolor havia decretado falência e não tinha mais condições de pagar suas contas. Celtic, católico, Rangers, protestante, fazem na Escócia um clássico agressivo e cheio de lembranças de confrontos religiosos entre as duas equipes a mais de um século na ilha da rainha Elizabeth. O Barcelona com sua luta pela a autonomia da Catalunha e o Real Madrid com seu apelo junto à ditadura Franquista fizeram as discussões futebolísticas mais parecerem discussões de cientistas políticos durante a década de 40. Quando os dois se enfrentam, chacoalham até hoje toda a Espanha. A partida entre Racing e Independiente faz com que muitos torcedores argentinos esqueçam ou minimizem o clássico entre Boca Juniors e River Plate, considerado o mais famoso da Argentina.
Apesar desses grandes jogos e tantos outros que não citei aqui, gostaria de falar sobre um outro grande clássico. O jogo em questão acontece na Itália, mas não estou falando do derby entre a Inter de Milão contra o Milan, tão pouco estou falando do jogo entre Roma e Lazio ou Juventus e Torino. O jogo em questão é entre Livorno e Lazio, o confronto político entre comunas e fascistas que estremece a Itália, apesar de serem de cidades diferentes e não serem da mesma grandeza no mundo do futebol.
O futebol comunista do Livorno não disputava a série A do futebol italiano a mais de 55 anos e seus torcedores reclamavam de discriminação dos árbitros por ser um time de esquerda. Quando o clube finalmente voltou à elite uma parte de sua torcida comemorou o acesso de uma maneira um tanto quanto diferente. Ao invés de invadir as ruas da