Política Monetária Restritiva
29/01/2014
Thais Herédia
Quando a onda do tsunami chega, ela sai atropelando tudo pela frente. Mas é quando a água reflui para o mar que descobrimos o tamanho do estrago. É mais ou menos isso que está acontecendo agora, com o refluxo dos dólares que inundaram o mundo com o programa de estímulos à economia norte americana.
Em março de 2012, a presidente Dilma Rousseff chamou de “tsunami monetário” este plano dos países mais ricos, especialmente dos Estados Unidos, para incentivar a retomada de suas economias. Agora, no “quintal” de cada país, a saída dos dólares deixa um rastro comum, que é a desvalorização das moedas. A intensidade desse movimento é diferente de acordo com a condição financeira e a estabilidade dos fundamentos das economias. A Turquia acabou de decidir por um choque de juros, levando a taxa da casa dos 7% para 12% ao ano. A Índia mexeu apenas 0,25 ponto percentual para cima.
O Brasil vem se preparando há mais tempo, subindo os juros desde abril do ano passado. Nós tivemos uma justificativa doméstica, que foi a inflação mais pressionada, antes mesmo da alta do dólar ganhar mais força. Com a inquietação atual no mercado de câmbio, dificilmente vamos escapar de novas elevações dos juros, atualmente em 10,5% ao ano.
Há ainda uma outra reação comum aos países, principalmente para os emergentes como Brasil, Rússia, Turquia, Índia, África do Sul, México e Chile: a debandada dos investidores que aportaram seu dinheirinho pro lado de cá quando os ricos não davam rentabilidade. Com a virada no cenário, a corrida para o porto mais seguro do mundo era inevitável.
O processo de retirada dos estímulos econômicos nos Estados Unidos não será curto nem muito previsível. Mas é preciso dizer que ele será benéfico para a economia internacional, a longo prazo – incluindo o Brasil. A condição financeira mundial dos últimos anos era tudo menos normal e saudável.
Quem tiver feito mais pela solidez da