POLÍCIA COMUNITÁRIA: UM ESTUDO SOBRE SUA INTERAÇÃO COM A COMUNIDADE
De antemão, necessário se faz o entendimento da terminologia “polícia”, originalmente derivada do grego politéia e do latim politia, que pode ser definida como o “conjunto de regras impostas ao cidadão, com a finalidade de assegurar a moral, a ordem e a segurança pública”.
Assim,
CONTEXTUALIZAÇÃO
Para se compreender a atual conjuntura do policiamento comunitário, indispensável se faz a análise das diretrizes que levaram o Estado a adotar este mecanismo de resolução de conflitos e combate ao crime.
O policiamento tradicional se funda basicamente na coação do indivíduo infrator através de reprimendas a sua conduta ilícita. Nesse sentido, o uso da força se mostrou, ao longo do tempo, cada vez mais ineficaz frente os novos anseios sociais, havendo assim a necessidade de uma reestruturação do policiamento.
A ascensão histórica de desigualdades sociais e culturais entre indivíduos enfatizaram a necessidade de combate à violência urbana, em regra acentuada pelo desequilíbrio nas relações. Para a Secretaria Nacional de Segurança Pública¹:
A pobreza em si não gera violência; mas a desigualdade social, associada aos valores apresentados e à injustiça social, sim. Onde há riqueza e opulência convivendo com a miséria, aumenta o sentimento de privação do indivíduo, levando-o a violência. (2008, p. __________)
Segundo Goldstein:
A polícia tem sido tradicionalmente ligada ao crime, assim como os médicos têm sido relacionados à doença. Mas no campo médico, a relação é muito mais específica: as doenças têm sido classificadas, os fatores que as causam têm sido isolados, programas preventivos têm sido desenvolvidos e testados, e a real capacidade do pessoal médico em prevenir e controlar males específicos tem sido demonstrada. Em contraste, no que toca à polícia e à comunidade, muito do que se fala em relação à criminalidade permanece em um nível muito geral, [...]. (GOLDSTEIN, 2003, p. 48-49)
Nesse sentido, o policiamento mudou de foco, transcendendo