politicas educacionais
O ritmo alucinado das grandes cidades está fazendo mal ao nosso planeta. Nossos hábitos cotidianos, como a produção crescente de equipamentos tecnológicos e o acúmulo de resíduos, estão exigindo da Terra mais do que ela pode suportar. A saída é uma só: conscientização.
Uma garrafa de refrigerante vazia é atirada no córrego que atravessa o casario precariamente construído. Levada pela água, é arrastada até atingir um bueiro e por lá fica. Também se enrosca por ali um toco de madeira - provavelmente resto de mobília -, acompanhado por um saco plástico engordurado que já serviu de embalagem para algum alimento cheio de conservantes.
Começa a chover e a água que deveria escorrer pelo bueiro permanece retida pela garrafa, pelo toco de madeira, pela embalagem amassada e por outros tantos dejetos acumulados pelo bairro. Como consequência, a região fica inundada. A lama cobre automóveis sem seguro e inutiliza móveis novos em diversas residências. Um morador se arrisca para salvar a TV de tela plana. E o menino, que poderia aprender algumas noções de preservação do meio ambiente nas aulas, não consegue chegar à escola, também inundada.
No entanto, consumir refrigerantes e lanches e comprar móveis novos e outros bens de consumo passou a ser um direito de todos, uma necessidade inerente aos indivíduos que compõem nossa sociedade. Todos se sentem inclinados a afirmar que consumir é viver. Assim, configura-se um confronto. Por um lado, o direito de uma população que não está disposta a renunciar aos exageros do paraíso prometido pela sociedade de consumo. Por outro, o dever, às vezes ignorado, de otimizar metas do progresso, impondo limites que não impliquem em entupir bueiros, menosprezar o valor da Educação e, principalmente, que mantenha o olhar firme e vigilante sobre o nosso (único) planeta: a Terra.