Politicas educacionais e familia
Fala-se muito hoje em dia que a solução para os grandes problemas educacionais se dará através da implantação de programas de educação a distância, como se isso, por si só, pudesse garantir a universalização da educação e a formação do trabalhador brasileiro. Penso que discutir educação a distância (EAD) no Brasil de hoje é, mais uma vez, reiterar as constantes e importantes discussões sobre a educação no seu sentido mais amplo. De nada adianta programas de apoio à implantação de cursos a distância se estes reproduzirem, de forma quase que automática, os mesmos problemas da educação dita presencial. O que está em jogo, contemporaneamente, não são exatamente as tecnologias e metodologias que deveriam ou estão sendo usadas na EAD mas, essencialmente, a concepção de educação e, mais especificamente de currículo, adotadas nesses programas. Além disso, neste mundo do tempo alucinado da computação, o tempo do nanosegundo, que tenta determinar o cotidiano econômico, social e cultural de praticamente todas as pessoas e em todos os cantos do país, não nos basta pensar em projetos e políticas educacionais que não estejam intimamente associadas com políticas públicas que envolvam outras áreas, especialmente Ciência & Tecnologia, Cultura e Comunicações. Vejo como fundamental para o desenvolvimento da EAD no Brasil o pleno envolvimento dos estudantes das Faculdades de Educação, especialmente do sistema universitário público, em programas que adotem plenamente o universo das tecnologias da informação e da comunicação na formação dos futuros professores.
2/ 3 As reformas da universidade que o governo Lula está tentando implantar, muitas vezes, pecam pelo fato de não considerarem as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) como parceiras do MEC nesta empreitada. Parceiros que precisam ser ouvidos e respeitados. Sabemos que o sistema público de ensino superior possui vários problemas que precisam ser atacados.