Politicas Economicas
Meta de superávit primário é agridoce
Tem gente que não gosta independentemente do paladar, o sabor agridoce provoca a mesma sensação uma mistura de amargo com doce. A meta de superávit primário para 2014 apresentada pelo governo federal feira de 1,9% do PIB chegou com esse tempero no molho.
O doce
O compromisso assumido pelo governo federal mostra que a presidente Dilma Rousseff aceitou cortar na “carne” dos gastos públicos para conseguir economizar um tanto suficiente para pagar os juros da dívida brasileira. O corte foi superficial, mas cortou.O número escolhido também não é o ideal para evitar que a dívida cresça num ritmo perigoso. E não é o “mercado” que diz isso. A matemática da economia mostra que para reduzir a dívida seria preciso economizar mais. Talvez, a quantidade prometida consiga estabilizar a dita cuja no curto prazo. A expectativa para os recursos que vão entrar nos caixas públicos este ano parece mais realista e não está inflada pelos “extras” nem pela “criatividade” tão acionadas nos últimos anos. O corte de R$ 44 bilhões também ajuda. O “romance” apareceu na previsão de crescimento do PIB, de 2,5% – contra 1,8% do mercado. Entre analistas e economistas privados, está um clima de “todo mundo sabe que não vão conseguir nem o 1,9%”. E ao mesmo tempo, “mas a sinalização é positiva porque mostra que o governo entendeu que não há mágica nem pensamento positivo que ajuste as contas públicas”. Por que “não vão conseguir” cumprir a meta? A resposta fica para o outro ingrediente do tempero.
O amargo
No anúncio em Brasília faltaram detalhes sobre “como” o governo vai cumprir a meta de 1,9% do PIB. O ponto de partida foi bom, mas o mapa de riscos do caminho não ficou claro. Um dos maiores riscos nem foi citado – quem vai pagar e quanto será conta da energia elétrica por causa do uso excessivo das termelétricas para garantir o fornecimento de luz.
Um outro risco é a poupança dos estados, municípios e