Politica
Gráfico 1: Evolução do Índice de Preços dos Imóveis nos EUA de 1997 a 2008
Fonte: S&P/Case-Shiller Home Price Índices.
Gráfico 1: Evolução do Índice de Preços dos Imóveis nos EUA de 1997 a 2008
Fonte: S&P/Case-Shiller Home Price Índices.
Nos últimos dez anos, o mercado imobiliário norte-americano atravessou seu mais longo período de valorização em 5 décadas. Entre 1997 e 2006, os preços dos imóveis se elevaram de forma contínua, chegando mesmo a triplicar de valor (Gráfico 1). Esse processo foi, em boa medida, impulsionado pelo aumento do crédito imobiliário americano, que esteve apoiado em taxas de juros relativamente baixas, particularmente após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
Como resultado, o mercado de hipotecas – o mecanismo de financiamento imobiliário mais importante nos EUA – movimentou, entre 2001 e 2006, uma média anual de US$ 3 trilhões em novas operações, atingindo um máximo de quase US$ 4 trilhões em 2003. Dois fatores são responsáveis por explicar a magnitude desses valores. De um lado, houve uma forte ampliação da escala do mercado hipotecário norte-americano, com a incorporação de novos potenciais tomadores de financiamento imobiliário e, de outro, o crescimento vigoroso do processo de securitização desses créditos.
O primeiro fator refere-se à inclusão no mercado hipotecário daquele segmento de agentes econômicos que, pelas normas de concessão de crédito das instituições privadas e públicas, não tinham condições de arcar com as parcelas de seus respectivos financiamentos – os chamados subprimes. Alguns desses novos devedores eram denominados de ninja pelo fato de não terem renda, trabalho ou patrimônio compatível com suas hipotecas. Muitos não tinham sequer condições de apresentar a documentação mínima necessária para a abertura do crédito imobiliário, seja por serem residentes ilegais ou por terem ficado inadimplentes nos dois anos anteriores.
O segundo fator diz