politica
A reorganização da produção e as mudanças na base técnica do trabalho, provocadas pelo uso da tecnologia, colocaram em crise o projeto político – pedagógico que vem sustentando a organização escolar e as formas de conduzir o ensino desde o século XVIII, quando a utopia liberal instituiu a escola pública como lugar social destinado à formação do cidadão e da força de trabalho adequados ao modelo de sociedade que então se consolidava. As discursões sobre a interdisciplinaridade e o aperfeiçoamento nas práticas de planejamento participativo, bem como a preocupação com a construção de projetos político - pedagógicos que confiram identidade e coerência às práticas escolares, são sintomas desta revolução que vem ocorrendo no modo conceber o ensino, a organização curricular e as relações pedagógicas.
Uma crise de paradigma carrega o embrião de grandes revoluções científicas que, concomitantemente, estendem – se às formas de conceber o mundo, o homem, a natureza, o conhecimento, os valores e as relações sociais. É nesse sentido que as mudanças estruturais da sociedade contemporânea, reciprocamente determinadas e determinantes dos desenvolvimentos científico e tecnológico (atingindo universalmente as relações econômicas, políticas e culturais), impõem verdadeiras revoluções nas relações de trabalho, nas concepções de conhecimento e em consequência, nas instituições educativas. Trata- se, portanto, da busca de uma “qualidade” para educação, voltada para a construção do conhecimento e que reconhece a importância deste para a emancipação dos sujeitos e o exercício da cidadania.
O aspecto crucial da crise escolar contemporânea é que, em qualquer postura político- ideológica assumida (direita ou esquerda), todos concordam com a necessidade de promover mudanças estruturais que atinjam a totalidade das relações pedagógicas. A própria pespectiva conservadora, defendida pelas posturas chamadas