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Os críticos da política externa brasileira insistem em embarcar na canoa dos países ricos – uma canoa furada – sem reconhecer, contudo, os acertos dos não ricos em abrir novos caminhos por Marcio Pochmann publicado 25/08/2014 09:09
ALEJANDRO ERNESTO / EFE
Com 7,2 bilhões de habitantes e mais de 200 países, o planeta Terra contabiliza Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 75 trilhões. Se repartido equivalentemente, cada habitante receberia US$ 10,5 mil em 2013 (R$ 23,6 mil). Infelizmente, a repartição da renda no mundo não é bem assim. Como diria G. Shaw: “A estatística é uma ciência que demonstra que se meu vizinho tem dois carros e eu nenhum, nós dois temos um, em média”.
Até o início da década de 2000, a economia nacional estava fortemente associada à dinâmica dos países ricos. Nos últimos anos, o Brasil apontou para um caminho próprio
Atualmente, o PIB global encontra-se repartido em quatro grandes blocos de países. De um lado, as economias ricas que se associam à Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), operando em dois grandes blocos distintos de economias. Um na América do Norte, outro sob o comando da União Europeia. De outro lado, a parte restante dos países fica com 49% do PIB, dividindo-se também em dois grandes blocos de economias. O primeiro atende pelo nome de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o segundo bloco compreende os demais países restantes.
De tudo isso, interessa destacar o Brics por se caracterizar por ser mais dinâmico e se diferenciar da subordinação e dependência associada à dinâmica das economias ricas. Em 1990, por exemplo, a União Europeia respondia por 31,9% do PIB global, os Estados Unidos tinham 30,6%, os Brics, 7,9% e os demais países, 29,7%. Na comparação entre os anos de 1990 e 2013, os países ricos (OCDE) reduziram a sua participação relativa no PIB global de 62,5% para 51%. Nesse período de tempo, o Brics teve o peso relativo no PIB