Politica cafe com leite
Prudente de Morais
Damos o nome de política café-com-leite ao arranjo político que vigorou no período da história do Brasil conhecido como República Velha. O mesmo se baseou em uma espécie de acordo entre as oligarquias das províncias de São Paulo e Minas Gerais e o governo federal no sentido de controlar o processo sucessório, para que somente políticos paulistas e mineiros fossem eleitos à presidência.
Isso foi possível pelo fato de Minas Gerais ter sido a província mais populosa na época, e, consequentemente, ter a maior representação na Câmara dos Deputados. São Paulo vinha logo atrás. Além disso, estas eram as duas regiões mais ricas do Brasil. O nome “café-com-leite” deriva das principais atividades econômicas praticadas nas mesmas: São Paulo era o maior produtor de café e Minas Gerais era um grande produtor de leite.
A base da política café-com-leite tinha nome: coronelismo. Na época, os coronéis, grandes latifundiários, tinham o direito de formar milícias em suas propriedades e combater qualquer levante popular. Assim, trabalhadores e camponeses se viam subordinados ao poder militar e, sobretudo, político dos coronéis. Contrariar o candidato preferido do coronel na eleição, por exemplo, era uma atitude que poderia resultar até mesmo no assassinato do indivíduo, uma vez que o voto era aberto. Essa dinâmica eleitoral ficou conhecida como “voto de cabresto”.
Desta forma, os coronéis, grandes fazendeiros, optavam por candidatos da política café-com-leite, e estes, além de focar suas decisões no sentido de proteger os negócios dos latifundiários, lhe concediam regalias, cargos públicos e financiamentos.
Com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, o preço do café brasileiro caiu drasticamente, o que levou os cafeicultores paulistas a terem uma crise de superprodução. Esta fragilidade econômica de São Paulo foi decisiva para que Minas Gerais tenha se juntado com o Rio Grande do Sul e a Paraíba e formado a chamada Aliança