Polineuropatia alcoólica
A polineuropatia alcoólica é um distúrbio que envolve o funcionamento reduzido dos nervos por causa de dano resultante do consumo habitual de álcool. A neuropatia alcoólica pode ser causada pelo efeito tóxico do álcool sobre os tecidos nervosos, estando normalmente associada a deficiências de nutrição. A condição pode afetar os nervos autônomos, aqueles que regulam as funções internas do corpo, e os nervos que controlam o movimento e a sensação. O consumo de álcool, habitual e prolongado, ou o alcoolismo presente há mais de 10 anos representam uma condição de alto risco para contrair a neuropatia alcoólica.
Fisiopatologia
Os achados histopatológicos clássicos na polineuropatia alcoólica são a degeneração e a desmielinização. Nos estudos histológicos de nervo periférico, verifica-se degeneração axonal distal, havendo com o tempo redução da densidade de fibras. A desmielinização encontrada é secundária a degeneração axonal.
Esta afecção produz degeneração axonal comprometendo predominantemente as pequenas fibras que transportam estímulos de dor e temperatura na parte distal dos membros inferiores. Como a velocidade de condução nervosa depende da integridade das fibras periféricas maiores, que transportam a sensação tátil, este exame pode permanecer relativamente normal nas fases iniciais de polineuropatia.
Quadro Clínico
As queixas mais típicas são fraqueza, dor e parestesias nas mãos e especialmente nos pés. Esses sintomas são rapidamente seguidos por paresia dos membros inferiores, com o pé caído e ataxia de marcha.
De maneira geral, os sintomas têm início traiçoeiro, caracterizado por um longo período de fadiga durante a marcha, câimbras e dores noturnas. Essas alterações quando contatadas em um alcoólatra crônico com um estado de nutrição baixo, devem chamar a atenção, pois correspondem à fase bioquímica da doença e são acentuadamente reversíveis sob a influência do tratamento.