Poesias
desenquadramentos
//thiago souza
brinde à liberdade
transformar problemas em poemas, alegria em poesia, sonhos em verso risos em rima, tédios em prosa.
úteis descaminhos?
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Peço licença para utilizar um poema que considero um dos mais belos que já li na vida e que tem importância fundamental na elaboração desse trabalho.
Manoel de Barros | “O Fotógrafo”
(Poesia Completa. Leya, p. 379)
Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto: Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa. Eram quase quatro da manhã. Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina. O silêncio era um carregador? Estava carregando o bêbado. Fotografei esse carregador. Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra. Fotografei a existência dela. Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar