Poesia do Século XX
Prefácio – Pág. 2
Bocage – Pág. 3
O Ciúme – Pág. 4
Já Bocage não sou!... À cova escura – Pág. 5
Retrato próprio – Pág. 6
Eça de Queiroz – Pág. 7
Senhor-Povo – Pág. 8
O Bem e o Mal – Pág. 9
Grandes Patrimónios – Pág. 10
Almeida Garrett – Pág. 11
Este Inferno de Amar – Pág. 12
Preito – Pág. 13
O Álbum – Pág, 14
Florbela Espanca – Pág. 15
Se Tu Viesses Ver-me… – Pág. 16
Quem? – Pág. 17
Ser Poeta – Pág. 18
Bibliografia – Pág.19
Prefácio
Neste trabalho vou falar sobre alguns poetas como Bocage, Eça de Queiroz, Almeida Garrett e Florble Espanca e de algumas das suas obras que despertaram a atenção.
O Ciúme
Entre as tartáreas forjas, sempre acesas,
Jaz aos pés do tremendo, estígio nume (1),
O carrancudo, o rábido (2) Ciúme,
Ensanguentadas as corruptas presas.
Traçando o plano de cruéis empresas,
Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
Vibra das fauces o letal cardume
De hórridos males, de hórridas tristezas.
Pelas terríveis Fúrias (3) instigado,
Lá sai do Inferno, e para mim se avança
O negro monstro, de áspides (4) toucado.
Olhos em brasa de revés me lança;
Oh dor! Oh raiva! Oh morte!... Ei-lo a meu lado
Ferrando as garras na vipérea (5) trança.
Bocage
(1) Plutão, deus dos infernos.
(2) Raivoso, furioso
(3) Demónios do mundo infernal.
(4) Serpentes venenosas.
(5) De víbora
Já Bocage não sou!... À cova escura
Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.
Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!
Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:
Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se