Poesia concreta

A poesia concreta: origens e fundamentos

Dentro das vanguardas artísticas do chamado modernismo, o concretismo brasileiro sofreu e continua a sofrer certa rejeição no campo intelectual e literário. Alguns críticos, entretanto, caracterizam suas expressões na poesia como “o movimento mais controvertido e sensacional da poesia brasileira”.
Como toda expressão de vanguarda, o concretismo fez-se ao mesmo tempo em que postulou suas ideias: muitos poemas apresentam orientação de leitura, e seus manifestos permaneceram como fundamentadores de muitas críticas apresentadas posteriormente. Seus principais críticos são, assim, também seus principais artistas.
Neste capítulo, apresentaremos um panorama do movimento concreto no campo da poesia, sobretudo como fundamentação de apoio à análise morfossintática do poema em questão.
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A cidade de São Paulo e os meados dos anos 50 são a origem do movimento concretista no Brasil, segundo Aguilar. Seus fundadores são os irmãos Campos e Décio Pignatari, no âmbito da poesia.
Segundo Gullar, a expressão arte concreta deve ter tido Theo Van Doesburg como criador, em 1930, com o intuito de nomear “uma arte que se tinha desprendido totalmente da imitação da natureza”, ou seja, na tentativa de redefinição do não-figurativismo.
Como toda vanguarda moderna, o concretismo buscou superações da arte institucionalizada. Essa busca, por meio de experimentalismos de linguagens, explica o caráter inferior ocasionalmente atribuído aos trabalhos desses artistas.
No Brasil, segundo Aguilar, o concretismo assumiu o caráter de ser considerado como o último movimento do modernismo. Em suas bases estava o conceito de forma visto de maneira autônoma, dependente da própria dinâmica interna, alcançável por meio de processos de experimentações.
Assim, contrários à aparência estética tradicional da forma do verso, seguindo o caminho da criação poética após a crise do verso, os poetas concretos seguiram o que Aguilar indica ser a