poema
Alma minha gentil, que te partiste Alma minha gentil, que te
Alma minha gentil, que te partiste partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Algua cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Luís de Camões
Análise do poema
Este
poema trata-se de um soneto pois é constituído por duas quadras e dois tercetos e os versos são decassílabos porque possui 10 sílabas métricas, ou seja, pertence à medida nova. Quanto à rima, nas quadras é emparelhada e interpolada e nos tercetos é cruzada.
Análise do poema
Tema:
A dor de perder a mulher amada (amor)
Assunto: O poeta dirige-se à mulher amada, que, para sua tristeza, morreu jovem. Ao longo do soneto, o poeta vai-lhe fazendo alguns pedidos afirma também que está em sofrimento devido essencialmente à ausência da mulher amada sendo a solução para o sofrimento a aproximação entre os dois. É muito utilizado o eufemismo por exemplo: “partiste tão cedo desta vida”,
“Deus, que teus anos encurtou” e “que de cá me leve a ver-te”. Música relacionada com o poema