poema
E de agora em diante teria sido decretado o amor sem problemas
E seriam vítimas os olhos, e as almas vagariam sem medo
E de agora em diante seria pra sempre o que pra sempre acabara
E seria tão puro o desejo dos homens, que Dionisio enlaçaria a virgem com braços enternecidos
E aplaudiríamos, calmos e frenéticos como um são Francisco febril
E de agora em diante pra trás não haveria
Não mais a virtude dos fortes, mas o mérito dos suaves
O homem feminino e a mulher guerreira
O amor comunitário, sem ciúmes.
Dariam as mãos as moças que amo e brincariam de roda em volta de minha preferida
E um artesão criança esculpiria flores nos cabelos e um sorriso sincero no rosto
E de agora em diante Ghandi tava vivo pra sempre
E Jesus era hippie, Beethoven era roqueiro e Lenon era como nós
E se não desse certo, de agora em diante, ao menos teríamos tentando
Aos Filhos dos Hippies (Oswaldo Montenegro)
Onde andam seus pais se cansaram da estrada? hippies, ingênuos e nus, a vocês não dizem nada?
O que pensam seus pais da ilusão destroçada? velhos sonhos azuis derramados na calçada
Ainda cantam velhos blues sobre seres com asas? ou perderam na luz o caminho de casa?
O que sentem seus pais quando alguém acha graça dos gentis samurais artesões pobres na praça?
O que dói no seus pais é a falta de esperança? ou seu olho que vai onde o deles não alcança?
Em Tempo (Oswaldo Montenegro/Mongol)
Mesmo que já fosse muito tarde pus a sombra da minha vida sobre as linhas de suas mãos tantos desacertos e disfarces coisas do meu coração e engraçado é que eu não tinha medo que você me revelasse desenhasse os meus segredos sobre as linhas de outras mãos
Mesmo que já fosse muito tarde fiz silêncio em minha vida quando a gente se calou hoje evito ruas e olhares cruzamentos que se andou porque agora, eu juro, tenho medo que em tormento pelos bares você conte assim nos dedos o que sonho e como sou