poema
Sem ele não há cova- quem enterra
Assim grátis, a Deo? O batizado
Também custa dinheiro. Quem namora
Sem pagar as pratinhas ao Mercúrio?
Demais, as Dânaes também o adoram...
Quem imprime seus versos, quem passeia,
Quem sobe a Deputado, até Ministro,
Quem é mesmo Eleitor, embora sábio,
Embora gênio, talentosa fronte,
Alma Romana, se não tem dinheiro?
Fora a canalha de vazios bolsos!
O mundo é para todos... Certamente
Assim o disse Deus mas esse texto
Explica-se melhor e doutro modo...
Houve um erro de imprensa no Evangelho:
O mundo é um festim, concordo nisso,
Mas não entra ninguém sem ter as louras.
Álvares de Azevedo
ANALISE DO POEMA : DINHEIRO-ÁLVARES DE AZEVEDO
Álvares de Azevedo foi um grande poeta que escreveu o poema “Dinheiro”, ele viveu entre os anos de 1831-1852, ele foi da época da segunda geração do Romantismo, chamada de Ultra Romantismo que tinha características como fuga da realidade, saudosismo e liberdade. O poema é composto por apenas uma estrofe e também dezessete versos e contem palavras com o vocabulário muito difícil como Deo,Danães entre outras. O tema principal que o poema se refere é sobre o dinheiro, nele o principal assunto é falar do bem e do mal que o dinheiro faz a vida das pessoas, e assim Álvares de Azevedo termina o poema e diz também que o mundo é uma festa, mas nela só entra quem tem dinheiro, no caso as “louras”. O poema de Álvares de Azevedo não possui rimas e a escansão é decassílabos ( dez sílabas poéticas), como podemos ver nas quatro primeiras estrofes.
“Sem-e-le-não-há-co-va-quem-en-ter-ra
As-sim-grá-tis-a-Deo?-o-ba-ti-za-do
Tam-bém-cus-ta-di-nhei-ro.-Quem-na-mo-/ra
Sem-pa-gar-as-pra-ti-nhas-ao-mer-cú-/rio?”
O romântico dos dias de hoje não é como o de épocas passadas, o romântico de hoje em dia pode contar com várias formas para expressar o seu amo como a