Poder e classes sociais na sociedade e na política hoje
Segundo Boa Ventura de Sousa Santos, “o contemporâneo é um plágio do passado”, isto é, caíram barreiras, referências, mitos e muros, mas as bases de uma sociedade burguesa e timocratas foram mantidas, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social, oriundas de um modelo do século XVIII e da Revolução Francesa 1789.
Contudo, a História não coube em teorias, elas negaram suas promessas permanecendo as utopias. Assim, o sistema burguês capitalista continuou produzindo miséria transformou-se num código de brancos e numa fábrica de segregação racial e social, ou seja, um apartheid. A modernidade produziu um mundo menor do que a humanidade, deixando invisíveis bilhões de pessoas. Não se previu espaço para elas nos vários projetos internacionais e nacionais.
Na América Latina e no Brasil essa segregação tem raízes seculares. De um lado, senhores, proprietários, grileiro, doutores. Do outro, índios, escravos, trabalhadores e pobres. Enquanto se exaltam o avanço da tecnologia e a livre circulação de pessoas e coisas, se fortalecem e se constroem fronteiras e muros de forma naturalizada. Cenários tão comuns na Cidade do México, em São Paulo e em Buenos Aires: de um lado vilas miseráveis; do outro, condomínios fechados. Pobres de um lado, ricos do outro.
No Brasil dos anos 90, aprendemos que, sessenta anos de industrialização, não foi capaz de mitigar o abismo entre pobres e ricos. Os senhores viraram empresários, mas continuaram a viver em novas versões da casa-grande. Os escravos viraram