pode
a priori
relação direta entre o êxito ou ofracasso da política externa e o regime que a pratica, nos regimes autoritários a distância quesepara o centro decisório da opinião pública põe em risco a coesão nacional em tempos decrise. Nesses casos, a crise externa tende a transformar-se em crise interna, na medida em queos opositores do regime encontram na arena externa aliados potenciais contra aqueles que osoprimem.
2. Os militares e a política externa brasileira
O golpe desfechado contra as instituições em 1964 encerrou o breve ciclo democráticoiniciado em 1946 e alçou a instituição militar à condição de força tutelar do Estado brasileiro.Para o historiador Hélio Silva, o movimento de 64 marcou o fim do papel tradicional de podermoderador dos militares e inaugurou uma nova fase, em que estes passaram a exercerefetivamente o poder de Estados.
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A motivação para o golpe fundou-se na suposta esquerdização do governo dopresidente João Goulart. A quebra da hierarquia entre os militares e o surgimento delideranças partidárias, sindicais e estudantis, que se desenvolveram à margem do sistemapartidário erguido em 1946, levaram as elites conservadoras a recear a total perda do controleda vida política do país. Nesse sentido, o golpe militar preencheu as expectativas de todos ossetores que se sentiam impotentes para restabelecer o equilíbrio político, dentro dos marcosconstitucionais então vigentes.Por outro lado, o que diferenciou esse golpe das intervenções armadas anteriores foi oseu caráter calculista. Conquanto não houvesse uma estimativa do tempo necessário paraconcluir a intervenção, as elites militares contavam com um programa de ação, concebido eamadurecido com antecedência. Dispunham de um dispositivo teórico-doutrinário, a partir doqual tencionavam liquidar a luta entre capital e trabalho e promover o desenvolvimento dopaís.A execução desse programa supunha a promoção de uma guinada igualmente