Pobreza
ZÍBIA GASPARETTO
DITADO PELO ESPÍRITO LÚCIUS
ÍNDICE
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
Capítulo 1
Roberto chegou em casa confuso, irritado, batendo a porta com força. Naquele dia fora submetido a um processo de autodestruição e pensava raivoso: “Isso não vai ficar assim. Não posso tolerar ter sido feito de bobo pela pessoa em quem mais confiava. Quem poderia imaginar que, depois de me alisar a vaidade com elogios e tapinhas nas costas, ele acabasse por me apunhalar sem dó nem piedade?” Dentro da sala espaçosa, decorada com simplicidade e sem muitos adornos, ele andava de um lado para outro, como fera acuada, dando vazão a seu mau humor e a sua revolta. Sentia a cabeça pesada, doendo, como se a testa estivesse sendo apertada sem cessar por um círculo de ferro. Seu estômago queimava, e o almoço que engolira rapidamente havia mais de cinco horas ainda não tinha sido completamente digerido, provocando de vez em quando uma sensação de azedume em sua garganta. Foi ao banheiro e procurou um vidro de sal de frutas. Depois dirigiu-se à cozinha, colocou água num copo e despejou um pouco do remédio, ingerindo-o em seguida. Sentiu um arrepio no corpo e fez uma careta desagradável. Se ao menos o mal-estar passasse! Ele precisava se acalmar. Havia uma situação difícil para enfrentar, e Roberto precisava estar com saúde. Tinha família para sustentar. Dois filhos na escola: Maria do Carmo com cinco anos e Guilherme com sete. Ele fora contra a idéia de enviar Maria do Carmo para a escola aos dois anos de idade. Mas Gabriela trabalhava e não queria deixar o emprego de forma