pobreza
A pobreza e a expressão mais visível das desigualdades em nosso cotidiano. Ao longo da historia, ela recebeu diferentes explicações, muitas das quais ainda permeiam nossomnm entendimento das desigualdades.
No período medieval, o pobre era uma personagem complementar ao rico. Não eram critérios econômicos ou sociais que definem a pobreza, mas acondição de nascença, como afirmava a Igreja Católica, que predominava na Europa ocidental. Havia ate uma visão positiva da pobreza, pois esta desperta a caridade e a compaixão. E não se tratava de uma situação fixa, pois como havia uma moral positiva, podiam ocorrer situações compensatórias em que os ricos eram considerados “pobres em virtudes” e os pobres, “ricos em espiritualidade”. De acordo com essa visão crista de mundo, os ricos tinham a obrigação moral de ajudar os pobres. No mesmo período, atribuía a pobreza a uma desgracda decorrente das guerras ou de adversidades como doenças ou deformidades físicas. Isso mudou a part9ir do século XVI, quando se iniciou uma nova ordem, na qual o individuo se tornou centro das atenções. O pobre passava a encarnar uma ambigüidade: representava a pobreza de Cristo e, ao mesmo tempo, era um perigo para a sociedade. Sendo uma ameaça social, a solução era disciplina e enquadramento. O Estado “herdou” a função de cuidar dos pobres, ant5es atribuída aos ricos. Com o crescimento da população e do comercio, principalmente na Inglaterra, houve necessidade crescente de Mao de obra, e a pobreza e a miséria passaram a ser interpretadas como resultado da preguiça e da indolência dos indivíduos que não queriam trabalhar havia muitas oportunidades de emprego. Com o fortalecimento do liberismo, a outra justificativa foi formulada: as pessoas eram responsáveis pelo próprio destino e ninguém era obrigados a dar trabalho ou assistência aos mais pobres. Em meados do século XIX, difundiu – se a idéia de que os trabalhadores eram perigosos por duas