Playcenters
Longe de ser uma exclusividade da marca pertencente ao grupo Schincariol, as propagandas de bebidas alcoólicas vendem, sem exceção, uma vida perfeita. Elas são como parques de diversão. Você entra neles e, por algumas horas, não pensa em mais nada, você apenas é feliz. Chega de problemas, de trabalho, de casamento e de contas para pagar... O importante é aproveitar o momento e liberar dopamina*.
A primeira jogada é comprar a entrada do parque. Afinal, ninguém quer ser barrado pelos seguranças por não estar legalmente apto a frequentar o lugar (desconsiderando as saidinhas identitárias do jeitinho brasileiro, é claro). Sem contar o custo do restante que se consome uma vez já dentro do espaço. Até porque, vamos combinar, de um guaraná a uma blusa, por mais que esteja manchada de batom, tudo é muito caro nesses lugares.
Uma vez tida essa experiência, qualquer pessoa vai querer repeti-la o máximo que puder. Ninguém é bobo ao ponto de evitar felicidade, e dinheiro é mesmo feito para ser gasto com momentos que valham a pena. O único problema é criar o vício dos parques de diversão, porque nesse ponto a situação complica-se. Ficar dependente de algo é demasiado inconveniente, motivo pelo qual a maioria luta para conseguir controlar-se e manter-se no comando das próprias vontades, mesmo que só no discurso.
Outro ponto importante é o cansaço. Quem não sai morto de um estabelecimento como esse não aproveitou tudo o que podia. A fadiga física ainda é complementada pela moral, pelo estupro de pensamentos