plantas medicinais
1. APRESENTAÇÃO
O processo de evolução da "arte da cura" se deu de forma empírica, em processos de descobertas por tentativas, de erros e acertos. Neste processo os povos primitivos propiciaram a identificação de espécies e de gêneros vegetais bem como das partes dos vegetais que se adequavam ao uso medicinal, o reconhecimento do habitat e a época da colheita (LÉVI-STRAUSS, 1989). De acordo com LIMA (1999), o conhecimento do poder de cura de muitas espécies vegetais data de longos anos, e a utilização das plantas como remédios pela humanidade é tão antiga quanto à história do homem. Esse conhecimento vem sendo transmitido entre as gerações, de modo que grande parte da população recorre primeiramente aos produtos de origem natural em busca da cura de suas enfermidades, porém em muitas comunidades e em diferentes grupos étnicos o conhecimento sobre as plantas medicinais representou e ainda representa o único recurso terapêutico (MACIEL et al, 2002). Para Amoroso e Gely (1988) a planta medicinal pode ser compreendida como toda espécie vegetal que tenha um valor de caráter curativo para determinada comunidade, ou seja, que possua uma propriedade real ou imaginária, utilizada para um ou mais fins específicos de cura, que pode ser empregada na prevenção, no tratamento, na cura de distúrbios, disfunções ou doenças do homem e animais.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% da população mundial fez uso de algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia ou enfermidade desagradável. Desse total, pelo menos 30% deu-se por indicação médica. Esta prática tradicional, ainda existente entre os povos de todo o mundo, e tem inclusive recebido incentivos da própria OMS (MACIEL et al., 2002). Levantamentos etnobotânicos são fundamentais para o conhecimento e o estudo de plantas com finalidades medicinais (MING,