Plano Haussmann
O principal objetivo da reforma urbana idealizada por Haussmann para Paris é o de liberar o tecido urbano para facilitar manobras militares. A grande transformação da cidade ocorre em um terço do tecido da cidade sobre a idéia da grande expansão.
Um dos principais pontos da reforma de Haussmann é a reforma da Ìlle de la Cité em área militar. Para atingir esse objetivo, todas as edificações existentes são demolidas. Para Haussmann, “a arquitetura é um problema administrativo” e só deve visar os interesses de Napoleão, interesses esses, de cunho estritamente militares. A partir daí, é produzido um urbanismo totalmente racionalista visando apenas à técnica e desconsiderando o aspecto histórico.
O foco principal é a melhoria da circulação, o acesso rápido a toda a cidade como visão estratégica, estabelecendo uma imagem geral de modernidade. Esta mudança de imagem envolve também a questão da insalubridade. Para isso são eliminados bairros considerados degradados, as ruas são arborizadas e recebem sistema de iluminação.
A antiga cidade medieval, com traçado orgânico e ruas estreitas, é cortada por grandes eixos e contornada por um anel viário. São criadas praças com monumentos que servem como ‘cenário’. São criados vários boullevard e um novo elemento urbano, o carrefour (rotatória). Essas intervenções regularizam o traçado não aproveitando o existente, transfigurando a cidade.
Esquema de trabalhos de Haussmann em Paris – linhas mais grossas, novas ruas – tracejado quadriculado, novos bairros – tracejado horizontal, os dois grandes parques periféricos: o Bois de Boulogne (à esquerda) e o Bois de Vincennes (à direita)
São abertos parques e jardins públicos: Jardin dês Tulleries, Palais Royal, Parc Montsouris. Surge a figura do quarteirão que é determinado pelo sistema viário – neste caso o quarteirão é residual, configurado a partir do que ‘sobra’ depois de definido o traçado viário, tornando-se um elemento complexo