plano de negocios
18/04/2014 03h00
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Desde que apanhar o rato tornou-se mais importante que a cor do gato, a China cresceu à média anual de 10%. Com as reformas introduzidas por Deng Xiaoping em 1979, dobrou o tamanho de sua economia a cada oito anos. Não se discute mais a hipótese de a economia chinesa tornar-se a maior do mundo. Debate-se apenas quando isso acontecerá.
O assunto é de imensa importância estratégica para grande parte dos países em desenvolvimento. A ascensão chinesa permitiu a alguns deles reproduzir os padrões de comércio internacional que mantiveram com potências europeias durante o século 19.
Na época, a Inglaterra era a grande bússola para a formação da demanda mundial. O crescimento inglês, sustentado por inovação, produtividade e comércio exterior, demandava bens agrícolas e minerais inexistentes no Reino Unido. A expansão britânica automaticamente puxava para cima preço e volume de commodities exportadas às economias centrais da Europa.
O que observamos –com maior nitidez ainda no período de 2003 a 2010– foi que a ascensão dramática da economia chinesa e o apetite pantagruélico por matérias-primas ofereceram uma "reminiscência" desse modelo semicolonial.
Já são bastante conhecidos os efeitos do fenômeno sobre o crescimento de países como o Brasil. Por um lado, comércio bilateral com os chineses, hoje em US$ 90 bilhões. Por outro, concentração, por parte das exportações brasileiras, em bens de baixo valor agregado.
Quando desponta no horizonte o chamado "pouso forçado" da economia chinesa, os efeitos colaterais sobre a perspectiva de crescimento do Brasil e, mais especificamente, sobre a performance de empresas como a Vale no mercado de ações são corrosivos. Em 2004, a China crescia 13,1%. Neste ano, estima-se expansão de 7,5%. Fica claro que a desaceleração é grande, não?
O fato, porém, é que as economias não impactam globalmente por causa de sua "aceleração", mas por sua "força". É como se o papel