Planeta água
Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
À pergunta: Por que a construção de Tecla prolonga-se por tanto tempo? Os habitantes, sem deixar de içar baldes, de baixar cabos de ferro, de mover longos pincéis para cima e para baixo, respondem:
– Para que não comece a destruição.
(...)
– Qual o sentido de tanta construção? – pergunta. – (...) Onde está o plano que vocês seguem, o projeto?
– Mostraremos assim que terminar a jornada de trabalho.
(...)
O trabalho cessa ao pôr-do-sol. A noite cai sobre os canteiros de obras. É uma noite estrelada.
– Eis o projeto – dizem.
(Ítalo Calvino, Cidades Invisíveis. Companhia das Letras, 1999, p.
117).
O mundo em nossa volta é o que fazemos dele. Grande parte disso é realização de muitas mãos, obra coletiva. Por isso cada um deve fazer sua parte, movendo-se na direção do mundo novo que sonhamos. Nós que trabalhamos diretamente com as políticas sociais estamos testemunhando o crescimento do setor e comprovando o papel que elas têm no desenvolvimento de um novo projeto de nação. Trabalhamos com os pobres, com aqueles que mais precisam, justamente para combater desigualdades e injustiças sociais. A isso viemos e já conseguimos avançar bastante. Há quem diga que não passa de um começo. Mas não há dúvidas de que é um ótimo começo.
Estamos vencendo a fome e a miséria no Brasil, superando a pobreza e reduzindo desigualdades. Isso se dá em grande parte por conta da incorporação do conceito de desenvolvimento social numa perspectiva mais alargada de desenvolvimento nacional.
Essa opção rompe com falsas dicotomias ou relações de submissão entre social e econômico. Conseguimos mostrar que, na prática, ambos têm uma relação de complementaridade, fazendo com que a assistência social seja reconhecida como direito da cidadania e dever do Estado.
Alcançamos conquistas importantes que nos permitem projetar nosso sonho de país como a realidade de um futuro bem próximo.