Pim vi logistica
“O destino é o que baralha as cartas, mas nós somos os que jogamos.”
William Shakespeare
1. Novidades
— Querida, deixe-me ajudá-la.
— Só preciso que abotoe os botões. — virei-me de costas para que a atendente da loja pudesse me ajudar.
— Pronto. Estão abotoados. Vire-se de frente para que eu possa vê-la melhor.
Assenti e me virei, ficando frente a frente com a meiga atendente da loja de vestidos.
— Está perfeito em você. — murmurou ela, levemente boquiaberta. — Não foi à toa que você tenha ficado quase o mês todo aqui na loja. — sorriu para mim. — Preciso chamar Janine para que ela veja sua própria criação.
Assenti mais uma vez. Não demorou muito para Janine vir me ver. No instante que ela entrou no recinto, sua boca abriu-se em um “O” e de repente, senti-me envergonhada. Será que ela finalmente descobrira que passou o mês inteiro fazendo e consertando alguns detalhes do vestido só para descobrir agora que a mulher que o vestia estraga toda a beleza de sua criação?
Cabisbaixa, senti todo o sangue do corpo se concentrar em minhas bochechas. Eu não merecia aquele vestido de noiva. Eu não merecia estar noiva. Eu nem ao menos merecia o meu noivo.
— Sophie, levante a cabeça imediatamente! Aliás, só me falta você entrar na Igreja cabisbaixa. — repreendeu-me Janine — Você sabe que ficou perfeita neste vestido, não sabe? — perguntou-me docemente.
Eu não tinha me olhado no espelho ainda e mesmo estando com medo do que veria, deixei-me ser levada por Janine para perto do grande espelho da outra sala.
Enganei-me redondamente ao dizer que tinha um grande espelho lá. E agora me sentia chateada comigo mesma por nunca ter tentado ver como eu ficava dentro deste vestido de noiva.
A sala não era muito grande. Todas as paredes tinham espelhos, ou seja, não tinha nem como comprovar que ali atrás dos espelhos tinha uma parede concreta. Janine