Petroleo
Nossa pesquisa voltou-se para um grupo específico dentre os trabalhadores, aqueles atuantes na indústria do petróleo da Bacia de Campos (RJ), funcionários da PETROBRAS , cujas entrevistas servem como material empírico para uma possível nova leitura acerca do mundo do trabalhador offshore, a partir de algumas questões suscitadas por Axel Honneth,
Apresentação
A pesquisa de campo autoriza-nos a falar, de um lado, de conquistas trabalhistas existentes que resultaram de lutas por reconhecimento em tempos pretéritos, de outro, de estados de insegurança ontológica que derivam hoje do risco de sua extinção, da percepção mais ou menos clara da parte dos trabalhadores e das trabalhadoras acerca da injustiça como fator de doença somada à expectativa de sua superação no alcance de melhores condições de trabalho. Até mesmo as estratégias individuais na solução de problemas ou a submissão a situações de sofrimento, levando-se em conta o quadro mais dramático do desemprego e do subemprego , não negam a tese de Honneth, ao contrário, sustentam-na visto que, mesmo no chão de fábrica, os sujeitos mantêm-se capazes de refletir sobre si e sobre sua vida.
A pesquisa empírica: arranjo produtivo do petróleo na Bacia de Campos/RJ/Brasil
Desde o final dos anos 1970, a principal produtora de petróleo do Brasil, a Bacia de Campos, na região norte fluminense, mudou radicalmente a vida daqueles que nela passaram a empregar sua vida produtiva bem como a de seus familiares e vizinhos. O petróleo vinha com a promessa do desenvolvimento regional, num cenário marcado pelo engessamento das relações de poder e pela estagnação econômica, centrada na exploração da cana-de-açúcar e de sua mão de obra pouco qualificada.
Nossa pesquisa voltou-se para um grupo específico dentre tais trabalhadores, aqueles atuantes na indústria do petróleo da Bacia de Campos,