Petrobras
Está no imaginário popular: "a Petrobrás é do povo brasileiro". Será que isto é uma verdade ou são outros os interesses que decidem os destinos da empresa? Qual seria então o lugar da Petrobrás na realidade brasileira, latino-americana e mundial? O que procuramos demonstrar neste artigo é que a Petróleo Brasileiro S/A - Petrobrás é hoje cada vez mais multinacional, funciona com os critérios de uma empresa privada e busca, acima de tudo, garantir o maior rendimento possível para seus acionistas, majoritariamente privado e, em parcela significativa, estrangeiros.
A criação da Petrobrás
A Petrobrás surgiu de uma das maiores mobilizações de massas da história do Brasil, a campanha "o petróleo é nosso!". Diferente de outras grandes estatais petrolíferas, ela não foi criada a partir de uma luta pela nacionalização da produção de petróleo sob o controle das multinacionais do setor. Praticamente não se produzia petróleo no Brasil e as empresas multinacionais não apostavam em descobertas significativas de óleo no território brasileiro.
A lei nº 2004, de 1953, criou a Petrobrás, de propriedade e controle 100% brasileiros e majoritariamente da União. A ela foi concedido o monopólio da exploração, produção, transporte e refino de petróleo e derivados. A distribuição ficou de fora do monopólio. Sua criação foi parte de um cenário de lutas anti-imperialistas no Brasil e na América Latina.
Naquela época predominava na esquerda, hegemonizada pelo Partido Comunista Brasileiro, a ideologia do desenvolvimentismo e da necessidade de aliança com a burguesia nacional para lutar contra o imperialismo e o latifúndio, como forma de superar o "feudalismo" e desenvolver o capitalismo nacional. Esta política desarmou a classe trabalhadora brasileira em sua luta anti-imperialista, ao depositar confiança em uma burguesia que posteriormente preparou o golpe militar de 1964 junto com o imperialismo e os latifundiários. A luta anti-imperialista dos trabalhadores