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EBITDA
QUAL O REAL VALOR DESSA MÉTRICA?
Indicador em moda desde meados da última década, embora muito mais antigo do que alguns imaginam, o EBITDA transformou-se na principal métrica usada por empresas, analistas e investidores para relatar ou avaliar a performance de qualquer negócio. por Rubens Marçal *
Transformou-se também no principal múltiplo utilizado na seleção de portfólio, relacionando-se ao “Enterprise Value” ou
“Firm Value”. E assim empresas e mercado têm-se guiado para tomar decisões relevantes sobre seus investimentos e, pensando igual, acabam - até certo ponto - condicionando o valor de mercado ao desempenho do negócio em termos de EBITDA.
Diante desse quadro, parece perigoso ou, no mínimo insensato, pensar diferente. Mas o que vamos fazer a seguir é exatamente isso: ousar um pouco, para trazer a questão para um plano pretensamente mais técnico.
6 • Revista RI • fevereiro 2006
Conceito e Perspectiva Histórica
EBITDA é sigla de “Earnings Before Interest,
Taxes, Depreciation and Amortization” que, traduzida para o português, transforma-se em
LAJIDA ou “Lucro Antes dos Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização”. Seu nome já enuncia sua forma de cálculo:
LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA
E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
(+) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
(+) DEPRECIAÇÕES
(+) AMORTIZAÇÕES
(=) EBITDA (LAJIDA)
Sua aplicação deve ser feita em conjunto com outros indicadores. É um indicador útil em casos específicos, quando se não dispõe do fluxo de caixa ou quando utilizado como acessório na análise ampla dos componentes do fluxo de caixa.
O uso do EBITDA aplica-se à análise de empresas em situação de insolvência e/ou de empresas formadas por ativos de longa vida útil
(como algumas indústrias de capital intensivo), sendo inadequado na análise de empresas em situação normal ou formadas por ativos de curta vida útil, como as indústrias “HI-TEC” cujos ativos se tornam obsoletos em poucos anos.