Petição, o coronel chabert

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DE BRASÍLIA-DF

Chabert, francês, casado, coronel, portador da identidade nº 123.456, CPF nº 123.456.789-10, residente e domiciliado à rua 10, quadra 15, casa 28, vem ante a Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, com fulcro no art.282 do CPC, propor:

AÇÃO DE CONHECIMENTO

DOS FATOS
O autor é coronel das forças armadas francesas, que comandou um regimento de cavalaria em Eylau e contribuiu para o sucesso da investida feita pelo general Murat, que decidiu a vitória da batalha.
Estava em companhia de seus soldados na batalha com Napoleão, quando mais de 1 500 (mil e quinhentos) homens o pisotearam, logo após ter recebido golpes de dois oficiais russos.
Seu atestado de óbito foi confirmado por dois médicos enviados ao local de batalha, que o viram ser pisoteado e atestaram o óbito sem efetivamente medir a pulsação. Porém, o que realmente aconteceu, foi que seu cavalo levou um tiro e caiu sobre seu corpo, protegendo-o do massacre.
Acordou no meio de diversos corpos, consegue sair da vala, com a ajuda de um braço de um dos falecidos, que não servia para nada, o autor deslocou os cadáveres até conseguir sair do buraco, no qual se encontrava.
Foi socorrido por uma mulher, que ao ouvir os gritos, recorreu ao marido e retirou o autor do estado em que se encontrava. O casal o transportou até a casa deles, cuidaram dos ferimentos.
O autor ficou acamado por seis meses, quando acordou e procurou seus direitos, a sociedade o teve por louco, uma vez que todos acreditavam que ele estava morto, logo o internaram no hospício, por lá ficou quase 10 (dez) anos, sendo solto apenas quando parou de dizer que era o coronel Chabert.
Fora do manicômio descobriu que sua esposa estava casada com o sr. Ferraud, do nascimento de dois filhos do seu segundo marido e que havia ocorrido liquidação de seus bens.
Em seguida a sua liberdade, o autor mandou cartas para sua esposa, mas