Pesquisas
A Biografia de Jung
Talentoso yodeler - cantor à moda dos montanheses suíços e tiroleses -, Jung foi criado em um vilarejo no nordeste da Suíça, próximo à famosa queda do Reno. Ele próprio foi o responsável por sua infância solitária, isolada e infeliz (Jung, 1961). Seu pai, religioso que aparentemente havia perdido a fé, era irascível e rabugento. "Carl ouvia tudo”, um biógrafo observou, "quando os acessos de raiva de seu pai ressoavam por toda a casa" (Bair, 2003, p. 20).
Sua mãe sofria de distúrbios emocionais, exibindo um comportamento excêntrico, passando em um instante de uma esposa feliz para uma mulher endemoninhada e incoerente, falando coisas sem nenhum sentido. Um biógrafo chegou a comentar que "todo o lado da família materna parecia apresentar traços de insanidade" (Ellenberger, 1978. p. 149). Jung aprendeu desde cedo a não confiar nem acreditar nos pais e, por analogia, a desconfiar do resto do mundo. Saía do universo consciente da razão para mergulhar no dos seus sonhos, visões e fantasias, ou seja, no seu inconsciente. Esse tipo de fuga dirigiu a sua infância, e assim seguiu até a vida adulta. Mais de 50 anos depois, um vizinho da família Jung, lembrando-se de quando conheceu Carl, escreveu: "Jamais havia conhecido um monstro tão antissocial antes" (apud Bair, 2003, p. 23).
Nos momentos difíceis, Jung resolvia os problemas e tomava as decisões baseado no que o inconsciente lhe dizia por meio dos sonhos. Quando estava para ingressar na universidade, um sonho revelou-lhe a carreira que seguiria. Ele se viu desenterrando ossadas de animais pré-históricos em um local bem abaixo