Pesquisa
Marcus Tadeu Daniel Ribeiro*
Resumo
O texto que se segue analisa a questão da universidade e da pesquisa científica no Brasil, considerando o problema da globalização, onde países de maior tradição científica têm desempenhado um papel hegemônico no cenário internacional, inibindo o exercício do saber acadêmico e da pesquisa em países em desenvolvimento. O texto procura demonstrar o caráter colonialista dessa prática, apresentando exemplos históricos que ilustram as dificuldades que o Brasil tem enfrentado no estabelecimento de seus centros de excelência do saber. O presente estudo privilegia o papel da pesquisa universitária como forma de produção de conhecimento necessário ao desenvolvimento e, especialmente, à autodeterminação do povo brasileiro.
A pesquisa científica numa universidade constitui-se numa prática fundamental, não apenas pelos benefícios que gera na formação acadêmica do aluno, posto que lhe aguça o raciocínio lógico e o espírito investigativo, mas também pelo sentido estratégico que desempenha para a sociedade, que dela se beneficia, direta ou indiretamente, em sua permanente busca das soluções para os problemas que afetam a coletividade. Por isso, mais do que uma questão adstrita apenas ao meio acadêmico e às implicações pedagógicas daí decorrentes, a pesquisa na universidade deve interessar diretamente às autoridades públicas, responsáveis pela definição de políticas governamentais voltadas para o desenvolvimento, o bem-estar social e a afirmação da cidadania do povo brasileiro.
Mas a chamada globalização, apresentada como uma nova ordem mundial, parece sugerir a revisão dessas políticas públicas, considerando o contexto internacional dominado pelos países desenvolvidos econômica, social e tecnologicamente. Questiona-se, então, o papel como também a legitimidade que a pesquisa, especialmente aquela realizada numa universidade de um país do