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Do “Big 4″ do simbolismo francês, eu arriscaria dizer que Verlaine é o mais virtuosista no emprego e na variedade do metro e da rima (mais que Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé, eu diria), uma característica que, no entanto, não lhe valeu muito para a posteridade, na medida em que, dentre esses 4, ao passo em que é forte a influência de Verlaine na poesia do século XIX (em português, visível em Cruz e Souza e Alphonsus de Guimarães), os outros 3 parecem ter sido muito mais influentes para os movimentos do século XX, do surrealismo ao concretismo. Isso não quer dizer que não encontremos em sua obra poemas que agradem à nossa sensibilidade moderna, mas a consequência dessa menor popularidade é que não temos ainda uma obra completa do poeta. tradução de Onestaldo de Pennafort: tradução de Guilherme de Almeida:
O amor por terra
O vento derrubou ontem à noite o Amor
Que, no recanto mais secreto do jardim,
Sorria retesando o arco maligno, e assim
Tanta coisa nos fez todo um dia supor!
O vento o derrubou ontem à noite. À aragem
Da manhã gira, esparso, o mármore alvo. E à vista
É triste o pedestal, onde o nome do artista
Já mal se pode ler à sombra da ramagem.
É triste ver ali de pé o pedestal
Sozinho! e pensamentos graves vêm e vão
No meu sonho em que a mais profunda comoção
Imagina um porvir solitário e fatal
É triste! – E tu, não é?, ficas emocionada
Ante o quadro dolente, embora