Pesquisa avaliativa por triangulação de métodos
Maria Cecília de Souza Minayo1,2
Introdução Avaliação, enquanto técnica e estratégia investigativa, é um processo sistemático de fazer perguntas sobre o mérito e a relevância de determinado assunto, proposta ou programa. Um processo de avaliação de programas e projetos sociais geralmente tem vários sentidos, sendo o mais nobre, o de fortalecer o movimento de transformação em prol da cidadania e dos direitos humanos. Segundo Penna Firme (2003), para que isso ocorra, destacam-se quatro critérios: (a) a dimensão de utilidade, pois jamais se deve empreender uma avaliação inútil; (b) a dimensão da viabilidade do ponto de vista político, prático e de custo benefício; (c) a dimensão ética que ressalta o respeito aos valores dos interessados; (d) a dimensão da precisão técnica. Do ponto de vista da sua utilidade prática, uma boa avaliação a reduzir incertezas, a melhorar a efetividade das ações e a propiciar a tomada de decisões relevantes, guia-se por quatro objetivos: (1) oferecer respostas aos beneficiários, à sociedade e ao governo sobre o emprego dos recursos públicos; (2) orientar os investidores sobre os frutos de sua aplicação; (3) responder aos interesses das instituições, de seus gestores e de seus técnicos; (4) buscar sempre uma melhor adequação de suas atividades. Ao mesmo tempo em que esses objetivos geralmente se somam em projetos sociais, cada um deles pode se constituir especificamente como único, compondo o foco e o contexto da avaliação (Contandriopoulos et al, 1997; Posavac & Carey, 2003; Costa Reis, 2004). É importante enaltecer tanto o sentido como a orientação prática desse tipo de ação, pois como lembra Penna Firme - nem toda avaliação é produtiva: “avaliar pode ser um empreendimento de sucesso, mas também de fracasso; pode conduzir a resultados significativos ou a respostas sem sentido; pode defender ou ameaçar” (2003,1), dependendo de seus propósitos e da seriedade intelectual com que é feita.