A chegada dos dórios no século XII a.C. provocou a desestruturação dos povoados e espaços urbanos da Grécia Antiga, com o enfraquecimento do comércio, o fim do uso da escrita e a fuga da população para regiões distantes. A sociedade da Grécia Antiga passou a apresentar, então, fortes características rurais, caracterizando-se o início do período Homérico, que se estendeu até o século VIII a.C. A base da organização da sociedade eram as unidades familiares, denominadas genos, cada qual liderada por um patriarca, que desempenhava funções de sacerdote, juiz e chefe militar e cujo poder era transmitido hereditariamente do pai para o filho mais velho. Os membros de cada genos cultuavam um ancestral comum, em geral considerado descendente dos deuses ou heróis. A terra, os equipamentos e todos os bens produzidos pertenciam à comunidade. A subsistência era garantida por uma produção que envolvia a maior parte dos integrantes dos genos, sob a liderança do patriarca. O período Homérico recebe este nome devido à grande importância cultural que teve o poeta Homero, ao descrever os acontecimentos da época em suas duas grandes obras: a Ilíada e a Odisséia. O nome "Ilíada" veio da palavra Ilion, que em grego significa Tróia. Temos, assim, a história da Guerra de Tróia. Já o nome "Odisséia" vem da palavra Odisseu que em grego significa Ulisses. Essa obra conta as aventuras de Ulisses, ao voltar à sua terra natal após a eclosão da Guerra de Tróia. É justamente nesse período que começa a divisão dos grupos familiares na Grécia Antiga. As famílias que tinham um descendente comum formavam um clã denominado geno. Estes se aglomeravam, formando as fratrias que, unidas geravam as tribos. Quando algumas tribos se aliavam, geralmente pela ameaça de um inimigo comum, era criada uma cidade-estado. Com a fragmentação dos genos, surgiram as classes e desigualdades sociais e ainda dois problemas vieram à tona: primeiro a dispersão da população por outras áreas da Ásia menor e a formação