Pervertido pela Linguagem
"Três séculos antes de Critos, Alexandre Magno sabia dar foco aos negócios, usava técnicas de comunicação interna e externa e fazia questão de conhecer bem o terreno onde iria pisar."
Desde pequeno, Alexandre mostrava inclinação para a carreira das armas e da conquista. Vivia travando lutas com os outros garotos, no velho ginásio grego, dando trabalho ao seu professor, Aristóteles. Até hoje, ninguém teve um professor particular como este. Curiosamente, mostrava interesse por outras atividades, que, a princípio, pareciam não ter relação alguma com o uso das lanças e das espadas. O jovem aluno gostava de estudar filosofia e discutir com seu mestre o complicado relacionamento entre os humanos. Os deuses do Olimpo deviam gostar de ver esta dupla unida porque, eles mesmos, viviam o tempo todo se metendo na vida dos mortais.
Esta estranha mistura de interesses (armas, cavalos e carros de guerra), somada ao desejo de conquista e ao conhecimento da subjetividade e da sutileza no trato com os assuntos humanos, levou Alexandre a desenvolver uma carreira meteórica na incorporação e na gestão de novos territórios.
Bem, lá estava Alexandre, com seus vinte e poucos anos, saindo para conquistar o mundo: Pérsia, Ásia Oriental, Egito as beiradas da misteriosa Índia. Por onde passou, fundou várias cidades com o nome de Alexandria.
Antes de partir para as primeiras conquistas, terminou o trabalho iniciado pelo pai Filipe, reorganizando a Grécia, trabalho de reengenharia que o velho havia iniciado até ser morto numa cilada preparada por alguns diretores, generais que não entediam – ou melhor, que não queriam entender – as mudanças e os novos paradigmas do reino grego. Veja que, naquela época. As reengenharias já eram perigosas. Após este trabalho de Hércules, digo, de Alexandre, ele olhou para o mapa, chamou os generais, verdadeiros "futuros gerentes de novos territórios", e disse:
-- Eis aqui nosso próximo passo. Vamos