Perspectiva Ecológica
Tomando como exemplo obras de autores reputados, com interesses semelhantes e com poucos anos a separá-las, Léon et al 96 não referiram as abordagens de investigação qualitativa, enquanto que De Landsheere,97 em obra de título idêntico, reservou um capítulo para o debate entre o quantitativo e o qualitativo.
Os antagonismos verificados deixam entrever óbvias diferenças nas formas e atributos das pesquisas, onde sobressai a existência de discrepantes posturas no que respeita aos pressupostos, aos métodos e ao alcance da investigação educacional. Estas diferenças revelam noções divergentes da realidade educativa e opções distintas quanto aos modos adequados para a estudar.
A generalidade das posturas observadas integra-se numa das colunas do quadro que se segue.
Esta mesma pode ser uma das inferências a retirar de uma extensa nota em A. de Carvalho (1988:45-49) sobre a obra Kuhn (1997). Ao fazer a síntese sobre conceitos fundamentais daquela obra, A. de Carvalho foi explícito na relevância que atribuiu à análise da problemática dos paradigmas e avançou que pretendia, com precaução, alargar a noção de paradigma de Kuhn a distintos níveis de reflexão e a distintas áreas de conhecimento. De resto, parece que só se pode verdadeiramente falar de paradigmas distintos, ou só começou a percepcionar-se a possibilidade de a investigação educacional operar em enquadramentos distintos, após a teoria de Kuhn ter começado a influenciar o pensamento sobre esta área de estudos, de acordo com Borg & Gall (1989).
Estes autores apontaram a obra Kuhn (1997) como aquela a partir da qual as pessoas mudaram a sua maneira de pensar acerca da natureza da ciência e do progresso científico, pois, “a noção de