Personalidade no trânsito
SARA MENDES CORDEIRO -
Personalidade no trânsito
João Pessoa – Maio de 2011
A psicologia de trânsito pode ser definida como uma área que estuda, por métodos científicos, os comportamentos das pessoas no trânsito, bem como os fatores humanos externos e internos, conscientes ou não que os possam provocar ou alterar, admitindo que certas condutas dos indivíduos possam contribuir para a ocorrência de determinados acidentes (Rozestraten, 1988). Esta área da psicologia pode também buscar a promoção de ações educativas e transformadoras junto aos indivíduos que, em contínua interação, fazem parte do trânsito. Para Sabey e Staughton (1975), o fator humano é a principal causa de quase 80% dos acidentes de trânsito causados. Por este fator, Rozestraten (1988), concluiu que os fatores centrais dos acidentes são os erros do condutor, do pedestre e condições do condutor, sendo os comportamentos de risco relacionados a problemas na ação do condutor, o cerne dos acidentes estando na frente da agressividade e irresponsabilidade.
Entretanto, o ato de dirigir não se resume a habilidades motoras ou cognitivas, mas envolve aspectos relativos à vontade e a expressão emocional, além do aprendizado de regras formais e informais que são necessárias ao entendimento do contexto em que o motorista se encontra. Dentre as condições emocionais mais relacionadas aos acidentes pode-se citar a raiva, estresse, ansiedade, agressividade, angústia, entre outros, sendo que, muitas destas estão associadas à personalidade. Sendo dessa forma, podemos concluir que as características da personalidade contribuem para a ação do motorista no trânsito.
Para Allport (1973), a personalidade se refere à consistência de comportamentos das pessoas ao longo do tempo e situações, ao mesmo tempo em que caracteriza sua singularidade. Podemos compreender personalidade como uma organização dinâmica dos traços do eu, formado a partir de processos biológicos, psicológicos e sociais.