Permacultura como politica pública
Contribuições da permacultura para a política ambiental na Bahia
Nós, permacultoras e permacultores atuantes na Bahia, entendemos por política pública um processo dinâmico e gradual de construção coletiva de proposta de mudança social envolvendo a efetiva participação dos diversos atores políticos. Diante da realidade política do Estado da Bahia, que durante décadas foi governado por partidos com modelos administrativos centralizadores, paternalistas ou burocráticos, consideramos que tal processo naturalmente não será alcançado da noite para o dia.
Dentro do movimento ambientalista baiano, é certo que muitas organizações e ativistas vêm construindo ações, projetos e programas e se unindo em esferas de discussão pública como os conselhos e conferências do Meio Ambiente. Mas também é fato que ainda falta uma cultura de maior participação na sociedade civil, constatada pela pequena rotatividade dos seus representantes nos espaços públicos.
Ao mesmo tempo, a extrema desigualdade social brasileira exige que a política ambiental desempenhe um papel importante não somente em relação à sustentabilidade da natureza, mas também quanto à formação dos sujeitos para o exercício da cidadania. Por este motivo, vemos que a proposta do atual governo de garantir a participação da sociedade civil na discussão e elaboração de propostas para as políticas ambientais, deve ser encarada como um desafio político e gerenciada com um plano de ações estratégicas.
Neste sentido, identificamos na Permacultura um conjunto de princípios e práticas simples e de baixo custo que podem contribuir para a mobilização da sociedade e para o fortalecimento da organização comunitária, ao tempo em que geram resultados concretos em relação à recuperação de áreas ambientalmente degradadas, à garantia de segurança alimentar e à sustentabilidade.
O documento Por uma Bahia Sustentável: Gestão Ambiental Participativa, onde se apresentam as propostas de política