Perkins, david. história da literatura e narração (resenha)
Introdução: idéias principais do texto
Embora admita ser incomum pensar-se a História da Literatura como narrativa, David Perkins irá tratar, no texto analisado, deste modo específico de se escrever Histórias da Literatura. Neste momento, Perkins deixa claro sua idéia de história apenas como mais uma forma de narrativa, que evidentemente tem suas especificidades, mas rompe com o “mito” da História total, tão evidente no historicismo do século XIX e início do XX. Entende-se por narrativa, segundo Perkins, o ato de descrever a transição, através do tempo, de um estado de coisas a outro diferente. Um narrador nos transmite, nos conta essa transformação, nos planos da temporalidade, da espacialidade e das personagens. Isso constituiria o processo organizacional da narrativa. Em toda narrativa baseada nesse processo, deve haver uma personagem principal, um herói, que viverá sua saga em direção à plenitude, passando por inúmeras adversidades. A forma deste discurso, podemos dizer que é, sem dúvidas, um modelo de romance. No caso específico da História da Literatura, essa figura de herói não é uma pessoa, mas um tema, uma personagem-idéia. A seguir, o autor cita como exemplo, a História da Literatura escrita pelo Alemão Julian Schimidt. Ela contemplaria todos os elementos da narrativa porque “apresenta uma entidade – ou herói - sofrendo uma transição”. (pg.3) David Perkins irá abordar também outros aspectos inerentes a uma narrativa: o partidarismo, a subjetividade e os desejos. No primeiro caso, afirma que sempre acaba-se excluindo um passado, que segundo o autor da história em