Perguntas dobre texto de Boaventura
Primeiramente o pensamento abissal, segundo Boaventura, consiste num sistema de distinções visíveis e invisíveis. A parte visível, inicialmente, constitui-se das linhas cartográficas da era colonial que demarcavam o Velho e o Novo Mundo, a separação física gerada por essas linhas criadas pelo homem levam a idéia de divisão da realidade social pela ótica “deste lado da linha” e “do outro lado da linha”.
O abismo se constitui na lógica, esta invisível (apesar da fácil percepção), de “deste lado” aplica-se a “regulação/emancipação” e ao
“outro
lado” a “apropriação/violência”. O “deste lado” (metrópole), consideração como real, civilizado e legal de acordo com o direito, também este detém o conhecimento tido válido e a geração deste. Ao „outro lado” (colônia) reputa-se o estado de natureza e seus conhecimento sequer são comensuráveis, ficando de fora do universo de julgamento do que é falso ou verdadeiro.
O cenário não mudou hoje, não deixou de existir a linha abissal, apenas sofreram deslocamentos. As linhas fronteiriças literais seguem presentes, mas dividem cidades em zonas civilizadas e selvagens, a margem da lei. Como prova da contemporaneidade ascende o fascismo social, três de suas vertentes: primeiramente o fascismo do apartheid social (que separa as zonas civilizadas da de estado de natureza); também o fascismo contratual (que busca tornar a relação de trabalho uma relação civil tratando igualmente os desiguais); e finalmente o fascismo territorial (onde o capital apropria-se do local e impõe a região suas regras em independência ao Estado).
A tese de pensamento pós-abissal de Boaventura defende a mudança de paradigma pela ampliação da compreensão do mundo para além do pensamento ocidental, o COSMOPOLISMO SUBALTERNO, que tem diversidade mundial como infinita e segue desprovida de uma